Os argentinos foram às urnas neste domingo e elegeram o libertário, e oposicionista ao atual governo, Javier Milei presidente da Argentina com uma vantagem histórica sobre o rival, o peronista Sergio Massa.

Milei pretende solucionar os problemas econômicos dolarizando a economia, o que na prática significa que todas as transações passariam a ser em dólar, desde o comércio, até o pagamento de salários.

“O brasileiro já usa o dólar como referência para ir para Argentina, então tudo indica que nada mudaria nesse sentido. Mas só o fato de haver uma sinalização de que a economia do país pode ser dolarizada poderá valorizar a moeda americana, que pode se tornar ainda mais cara para os brasileiros”, explica Glauber Mota, CEO do app financeiro global Revolut.

Para Milei, a ideia que a dolarização acabe com o problema da hiperinflação no país, que registrou alta de 142,7% nos preços em outubro, no acumulado dos últimos 12 meses, segundo o Instituto Nacional de Estatística e Censo.

Apenas em um mês, de setembro para outubro, o Índice de Preços ao Consumidor do país avançou 8,3%, quase o dobro da inflação brasileira para o ano todo.

No caso em que a moeda oficial da Argentina continue sendo o peso, o mercado projeta uma desvalorização ainda maior da moeda, mas isso não significa que o país ficará mais barato para os brasileiros.

“A desvalorização do peso argentino aconteceria em ambos os cenários, mas o turista brasileiro não deve notar grandes diferenças, principalmente com popularização do câmbio não oficial. A inflação vai aumentar o preço dos produtos e serviços em peso, igualando novamente o cenário econômico. Os importadores e exportadores podem notar maiores mudanças, já que utilizam o câmbio oficial”, argumenta Marcos Weigt, head da tesouraria do Travelex Bank.

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Originalmente Publicado: 19 de Novembro de 2023 às 21:44

Fonte: einvestidor.estadao.com.br