A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico e o Fundo Monetário Internacional preveem um crescimento econômico global em 2024 de 2.7% e 2.9%, respectivamente, mas numerosos riscos políticos têm o potencial de impactar a economia.

Em primeiro lugar, o processo eleitoral nos EUA - que começa com as primárias em 15 de janeiro de 2024 e se encerra com a posse do presidente em 20 de janeiro de 2025 - representa o mais elevado risco político global dos próximos doze meses: os dois principais candidatos têm posicionamentos muito distintos, o pleito deve ser extremamente acirrado, e há possibilidade de judicialização e violência pós-eleitoral.

Recentes ataques de rebeldes houthis do Iêmen não apenas contra Israel mas também contra embarcações no Mar Vermelho ameaçam reduzir a capacidade global de transporte em 20%, afetando cadeias de abastecimento, com possível aumento da inflação global.

A Rússia deve intensificar seus ataques a alvos civis, aprofundando seu isolamento diplomático no Ocidente e limitando a capacidade de plataformas como o G20 de achar pontos de convergência - mesmo em questões não relacionadas guerra no leste europeu.

Em quarto, a frequência crescente de ocorrências meteorológicas extremas tem cada vez mais potencial de ameaçar safras mundo afora e de afetar a estabilidade política em vários países, sobretudo no Sul Global, onde algumas populações estão mais vulneráveis a flutuações dos preços de alimentos.

Por fim, as eleições presidenciais taiwanesas no dia 13 de janeiro, que devem reconduzir o Partido Democrático Progressista ao poder, aumentam o risco de tensões no Estreito de Taiwan.

O Brasil tem o privilégio de assistir maioria desses possíveis conflitos de longe - mas isso não livra o país da necessidade de acompanhar, de perto, o cenário global em um mundo cada vez mais turbulento.

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Originalmente Publicado: 31 de Dezembro de 2023 às 15:00

Fonte: www.estadao.com.br