O Supremo Tribunal de Israel derrubou nesta segunda-feira a reforma judicial que o primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, vinha tentando promover - decisão que deixa o governo sob pressão ainda maior num momento em que o país trava uma guerra contra o Hamas.

A reforma judicial de Netanyahu - que causou em 2023 uma onda de protestos, inclusive nas forças armadas, levou demissão do ministro da Defesa e fez militares enviarem cartas abertas ameaçando parar seu serviço - buscava limitar o poder do Supremo e dar ao governo maior influência na nomeação de juízes.

Reforma judicial de Netanyahu provocou onda de protestos em Israel em 2023 - Foto: Getty Images/BBC. A decisão do Supremo Tribunal de anular a reforma aprovada no Parlamento ocorre após meses de turbulência interna e enquanto Israel trava uma guerra na Faixa de Gaza após sofrer ataques do Hamas que deixaram 1,4 mil mortos em 7 de outubro.

O líder da oposição, Yair Lapid, disse que a decisão “põe fim a um ano difícil de conflito que nos separou por dentro e levou ao pior desastre da nossa história”.

Governo israelense diz que decisão do Supremo não pode afetar combate contra o Hamas em Gaza - Foto: Telegram/BBC. O Movimento para um Governo de Qualidade em Israel, um dos principais grupos contrário reforma de Netanyahu, também elogiou o “Veredito histórico” e disse que a decisão foi “Uma tremenda vitória pública para aqueles que buscam a democracia”.

“Um governo e ministros que procuraram se isentar do Estado de Direito foram informados de que há juízes em Jerusalém; que existe democracia; que há uma separação de poderes”, afirmou o movimento.

A decisão do Supremo mais um revés para Netanyahu, que já enfrentava críticas em Israel por não ter evitado o ataque do Hamas em 7 de outubro e por até agora não ter conseguido resgatar todos os reféns israelenses levados para Gaza.

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Originalmente Publicado: 1 de Janeiro de 2024 às 18:22

Fonte: g1.globo.com