De um lado está o vereador Rubinho Nunes, que iniciou o recolhimento de assinaturas para abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito na Câmara Municipal para investigar o trabalho de ONGs que atuam na região da Cracolândia.

“Se tivessem me apresentado uma CPI ‘vamos investigar o padre Júlio Lancellotti’, eu jamais teria assinado, porque o trabalho que o senhor faz, o trabalho que o senhor apresenta, o que eu faço hoje em dia, que cuidar de gente, cuidar de pessoas”, disse Miranda durante live com o padre.

O tema serviu para catalisar já nos primeiros dias do ano o debate eleitoral na cidade, que elege o chefe do Executivo e 55 vereadores em outubro.

A reportagem também entrevistou cientistas políticos, que avaliaram que a ideia de fazer uma CPI e ter como um dos alvos o padre Júlio uma tentativa, não necessariamente bem-sucedida, de mobilizar um eleitorado mais conservador em busca de visibilidade mirando a eleição para o Legislativo municipal - uma interpretação que o vereador Rubinho rejeita.

Um dos fundadores do Movimento Brasil Livre, do qual se afastou, ele afirma que o foco da CPI não investigar o padre Júlio, embora tenha citado o religioso em suas redes sociais ao falar da proposta.

Quanto disputa para prefeito, no entanto, Lara Mesquita acha difícil que o tema da CPI também se reflita na corrida eleitoral da maior cidade da América Latina.

Tabata Amaral, que também pré-candidata prefeitura da capital paulista, já tinha apoiado o padre nas redes e informou BBC News Brasil por meio de sua assessoria de imprensa que a CPI das ONGs “Um movimento oportunista, que representa o ódio que a polarização gera, e, não enfrenta com seriedade o problema da Cracolândia.”

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Originalmente Publicado: 7 de Janeiro de 2024 às 16:58

Fonte: www.bbc.com