SÃO PAULO, SP - O ex-presidente do STF Ricardo Lewandowski, novo ministro da Justiça no governo Lula, expediu em seu período como magistrado decisões e votos que foram cruciais para o encerramento definitivo de processos e investigações relacionadas ao petista.

No plantão judiciário do fim de 2020, Lewandowski concedeu acesso defesa de Lula aos arquivos apreendidos pela Polícia Federal no âmbito da Operação Spoofing, que investigava o hackeamento de autoridades.

A assinatura de um termo de responsabilidade era o controle principal sobre o que era selecionado pelos advogados do petista junto aos arquivos apreendidos pela PF. A partir da liberação das mensagens, vieram tona centenas de páginas de outras conversas dos procuradores, por meio de perícia feita por contratados da defesa de Lula.

Essas novas mensagens acabariam servindo de base para duas medidas posteriores, também de responsabilidade de Lewandowski: a anulação do uso de provas do acordo de colaboração da Odebrecht e a paralisação de ação penal da Operação Zelotes que mirava negócios do filho mais novo de Lula, Luís Cláudio.

Para o hoje magistrado aposentado, a atuação de Moro em relação a Lula foi “Desenganadamente parcial e, ademais, empreendida com nítido propósito de potencializar as chances ou, mesmo, viabilizar a vitória de candidato de sua preferência nas eleições presidenciais [de 2018], cujo governo passou, logo depois, a integrar na qualidade de ministro de Estado da Justiça”.

O caso não era relacionado Lava Jato, mas sim Operação Zelotes, com tramitação no DF. Nesse processo, Lula e o filho Luís Cláudio eram acusados de participarem de um esquema de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa envolvendo a compra de caças suecos pelo governo brasileiro.

Em fevereiro passado, dois meses antes de se aposentar, Lewandowski escreveu: “Trata-se, em verdade, de imputações calcadas em provas contaminadas, que foram produzidas, custodiadas e utilizadas de forma ilícita e ilegítima, o que evidencia a ausência de justa causa para o seu prosseguimento”.

Este artigo foi resumido em 70%

Originalmente Publicado: 11 de Janeiro de 2024 às 19:39

Fonte: www.em.com.br