O ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu afirmou que o PT, partido que ajudou a fundar e foi um dos presidentes nacionais, precisa se reorganizar diante do cenário de polarização e de ascensão da direita na política brasileira.
“E o outro papel do partido sustentar o governo, apoiar o governo. Discutir, debater dentro da bancada, no ministério, dentro do partido, com o governo, tudo bem, mas quando o governo apresenta uma política o nosso papel apoiar. No caso do Haddad quase uma covardia nós não darmos apoio total a ele para aprovar todas as medidas que ele queria”, afirmou o ex-ministro, em uma crítica velada atual presidente do partido, Gleisi Hoffmann, que teve atritos com o atual chefe da Fazenda.
Dirceu argumentou que a reorganização do partido necessária diante de uma mudança no cenário político e cultural no país, que, segundo ele, a direita tem dominado.
“Não adianta criticar o Fernando Haddad como ministro da Fazenda porque a política econômica do governo, do presidente Lula, e essa política econômica realista e pragmática, e ela feita a partir da correlação de forças, que nós somos minoria”, concluiu o petista.
Enquanto o ministro da Fazenda defendia a manutenção da meta de zerar o déficit nas contas públicas, a presidente do PT pedia um rombo de 1% do PIB, o que, segundo ela, garantiria crescimento econômico.
Nesse contexto, um documento da maior corrente do PT, da qual fazem parte Gleisi e Lula, criticou em dezembro o que chamam de “Austericídio fiscal”.
“Olha, curioso ver os cards que estão sendo divulgados pelos meus críticos sobre a economia, agora por ocasião do Natal. O meu nome não aparece. O que aparece assim: ‘A inflação caiu, o emprego subiu. Viva Lula!’ E o Haddad um austericida”, afirmou.
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Originalmente Publicado: 15 de Janeiro de 2024 às 23:21
Fonte: www1.folha.uol.com.br