O temor de uma guerra se espalhar pelos países da região, já preocupante em razão do conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas, na Faixa de Gaza, saltou de patamar depois que uma série de ataques aéreos na região envolveram diversos atores.
Analistas acreditam que os ataques recentes iranianos a países vizinhos servem como demonstração de força de Teerã aos EUA e Israel depois de ataques contra aliados e até mesmo em solo iraniano.
Uma bomba no coração do Irã. Embora todos os episódios envolvendo israelenses americanos e os grupos pró-Irã tenham contribuído para o agravamento da tensão no Oriente Médio desde a invasão de Gaza, o episódio que alterou os cálculos dos aiatolás iranianos sobre como usar seu poderio militar foi o atentado de 3 de janeiro, quando mais de 100 pessoas morreram durante uma homenagem ao aniversário de morte do ex-comandante da Guarda Revolucionária Qassan Soleimani.
A primeira mostra de que Teerã está militarmente disposto a ir além das usuais operações de inteligência e financiamento de grupos amigos veio com um ataque em Erbil, no Iraque, no dia 15, onde supostamente funcionaria um posto de inteligência israelense.
“O principal objetivo do regime neutralizar a influência americana no Oriente Médio.‘. O general aposentado do Exército dos EUA Wesley Clark, ex-comandante supremo dos aliados da Otan, disse CNN que as várias hostilidades refletem o esforço do Irã para consolidar seu papel como líder na região.“O Irã está buscando a hegemonia regional”, disse ele CNN. “E quando os Estados Unidos e Israel estão lá, e Israel está realizando essa campanha contra o Hamas, então o Irã sente a necessidade de revidar e se afirmar”, disse.
Além disso, o Irã tem como objetivo levar a disputa com americanos e israelenses para fora de suas fronteiras, e por isso aposta nesse tipo de ‘ataque por procuração’.
“Os ataques por procuração permitiram que o Irã mantivesse algum nível de negação plausível, ao mesmo tempo em que forneciam a Teerã, de forma assimétrica, meios para atacar efetivamente Israel ou pressioná-lo”, escreveu o Centro de Combate ao Terrorismo em West Point em um relatório de dezembro.
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Originalmente Publicado: 19 de Janeiro de 2024 às 15:30
Fonte: www.estadao.com.br