Uma avaria no motor ou a falta de combustível podem transformar a viagem numa tragédia para dezenas de migrantes que embarcam em uma lancha na costa africana.

“Nas Canárias, juntam-se as águas frias do norte da Europa, que a corrente do Golfo esfriada; as águas do Mediterrâneo, que também podem se esfriar por efeito dos Alpes; e tudo isto junta-se e forma a corrente das Canárias, que desce outra vez até as ilhas de mesmo nome”, explica o engenheiro naval Jesús Alarcón Prieto, representante da Escola de Engenheiros Navais da Universidade Politécnica de Madrid, na Espanha.

ausência de vento soma-se o efeito peculiar da contracorrente das Canárias, que ajuda os barcos que passam perto da costa africana a chegar às ilhas.

“Portanto, os barcos que vêm do Saara e da Mauritânia aproveitam esta corrente para chegar ao norte, ou seja, para chegar às Ilhas Canárias.”

“Quem sai do Senegal tem que ‘abrir’, ou seja, se você olhar no mapa, a linha reta não ao longo da África, uma linha reta até El Hierro. A contracorrente está próxima da área do Saara. Ao passar pela Mauritânia, a corrente das Canárias joga para oeste e depois preciso ir contra a corrente e ela vai jogando as embarcações para fora da rota”, detalha.

“Os migrantes descobriram que indo em linha reta a partir do norte do Senegal, sobem em direção direta a El Hierro. O problema se você tiver uma avaria. Você já está chegando perto do que seria a zona de calmaria e pouco tráfego marítimo”, comenta o especialista.

Junto ao perigo de ir parar na zona de calmaria, o especialista explica que também preciso levar em conta alguns redemoinhos nublados que se formam ao redor das ilhas, conhecidos como vórtices de Karman, e que podem ter até 100 a 200 km de diâmetro.

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Originalmente Publicado: 21 de Janeiro de 2024 às 17:52

Fonte: www.bbc.com