“Esses dados são alarmantes. Cada vez mais a população tem compreendido que cenários, situação onde há violência, agressão em razão da religiosidade da pessoa se trata, sim, de uma violação de direitos humanos”, destaca o secretário nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, Bruno Renato Teixeira.

Uma mulher muçulmana, mãe de cinco filhos, mostra a sua devoção em sua orações em uma mesquita de São Paulo e também no uso do hijab, tradicional véu islâmico que cobre a cabeça e o pescoço.

Foi por causa da vestimenta que Ângela Maria da Silva sentiu as dores da violência provocada pela intolerância religiosa em 2019, no próprio local de trabalho: uma empresa de ônibus.

“E eu cabo recebendo esses ataques de ódio. Ataques ao fato de eu ser judia. Então, ataques do tipo: ‘ah, você uma judia cretina por defender esses ideais. Você genocida’. Em muitos momentos, eu me sinto ameaçada, sim, e por pessoas que têm ódio no coração pelo simples fato de eu ser uma mulher judia”, desabafa Sandra.

“A cara da intolerância religiosa no Brasil a de racismo religioso, visto que as religiões de matriz africanas são as religiões mais atingidas. E isso não só um aspecto da distinção da religião. Ela é, sobretudo, um aspecto direcionado para população negra - ou para aquilo que pertencente cultura africana”, fala.

“A intolerância religiosa com relação a muitos evangélicos - e, eu repito, isso muito pouco, são mínimos casos - ela muito no sentido da linguagem pejorativa, da hostilidade, da piada, do preconceito mesmo de ver os evangélicos talvez como alguém que fácil de ser manipulado, sobretudo evangélicos em periferia, isso um tipo de intolerância também”, explica.

“A gente tem que aprender a respeitar. A respeitar a crença e os direitos de cada qual. Agora, realmente, eu não aceito que dizem que Exu o diabo, não é? Alguém conhece o diabo por aqui? Se alguém conhece, fique pra si, porque eu mesma não quero conhecer”, diz Cici de Oxalá, contadora de histórias em iorubá.

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Originalmente Publicado: 21 de Janeiro de 2024 às 23:54

Fonte: g1.globo.com