Estudos de pesquisadores cearenses já comprovaram que a construção do Porto do Mucuripe, na década de 1940, barrou a passagem de sedimentos em direção ao litoral oeste da Capital, sendo uma das causas para o avanço do mar nas praias de Iparana, Pacheco e Icaraí.

No fim de 2022, a Prefeitura de Caucaia concluiu a construção de três espigões - de um projeto que prevê 11 estruturas - para conter a erosão no Icaraí, um dos principais destinos turísticos do Ceará até o início dos anos 2000, quando o mar destruiu barracas e moradias.

Doutor em Ciências do Mar, ele explica que os espigões são uma das medidas de proteção costeira mais utilizadas no mundo, mas “não significa que seja a mais efetiva” e muito menos que “Vai exterminar definitivamente o processo de erosão”.

Fábio Perdigão, coordenador do Laboratório de Gestão Integrada da Zona Costeira da Universidade Estadual do Ceará e um dos projetistas dos espigões do Icaraí, entende que o maior benefício dos equipamentos foi a formação das praias internas, algumas com até 40 metros de largura.

Dadas as características do litoral caucaiense, a solução apontada foi a implantação de 11 espigões em formato de S, “Que diminui a energia das ondas e protege a praia, mas deixa a passagem de sedimentos, que vão se acumulando”.

“Cada projeto tem que ser feito especificamente com os parâmetros oceanográficos daquele lugar. São soluções que podem dar bons resultados. Inclusive o tamanho deles: você pode fazer bem pequenos, de 10 ou 15 metros, que eles seguram um ano, dois anos, depois a areia já está passando normalmente”, descreve.

Davis de Paula comenta que Icapuí um dos principais núcleos de erosão do Ceará e ainda tem um “Mosaico de complexidade” pela presença de uma área para aclimatação do peixe-boi, ou seja, também envolve fatores biológicos e dinâmicos.

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Originalmente Publicado: 26 de Janeiro de 2024 às 07:00

Fonte: diariodonordeste.verdesmares.com.br