Ou seja, de acordo com as investigações, Carlos Bolsonaro recebia informações coletadas pela Abin e teria benefícios políticos com os dados das pessoas que eram monitoradas ilegalmente.
“Um belo dia o Carlos me aparece com o nome de um delegado federal e de três agentes, que seria uma Abin paralela, porque ele não confiava na Abin. O general Heleno foi chamado, ficou preocupado com aquilo, mas o general Heleno não de confrontos. E o assunto acabou ali, com o general Santos Cruz e comigo. E nós aconselhamos ao presidente que não fizesse aquilo de maneira alguma, porque muito pior que o gabinete do ódio, aquilo também seria motivo para impeachment. Eu não sei, depois eu saí, se isso foi instalado ou não.”
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que houve abuso na operação desta segunda-feira por causa da apreensão de objetos de outras pessoas, que estavam no mesmo endereço do vereador Carlos Bolsonaro.
E que a Polícia Federal identificou o núcleo político de atuação na Abin, composto por Carlos Bolsonaro, a assessora dele, Luciana Paula Garcia da Silva Almeida, e Priscilla Pereira e Silva, assessora de Ramagem, que, em conjunto com ações do núcleo alta gestão PF, sob o comando de Ramagem, monitorou indevidamente “Inimigos políticos” e buscou informações acerca da existência de investigações relacionadas aos filhos do então presidente da República Jair Bolsonaro.
A Procuradoria-Geral da República relatou que uma conversa mantida por WhatsApp entre o parlamentar e Luciana Almeida, assessora do vereador Carlos Bolsonaro, que compreende que a assessora Luciana solicitava de Ramagem a ajuda relacionada ao inquérito policial em andamento em unidades sensíveis da PF. O evento foi tratado como um indicativo de que o núcleo político possivelmente se valia do delegado Ramagem para obtenção de informações sigilosas e/ou ações ainda não totalmente esclarecidas.
Na investigação, a Polícia Federal identificou que os números dos inquéritos citados na mensagem não eram referentes ao ex-presidente e seus filhos.
“As novas operações, tanto da Polícia Federal, vêm mostrando que a cena do crime do dia 8 de janeiro, que não era um crime isolado, continua trazendo novidades. Não só em relação a Abin, mas toda a ação que o Judiciário determina de apuração, que a PF faz de forma autônoma, vai continuar”, afirma Alexandre Padilha.
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Originalmente Publicado: 29 de Janeiro de 2024 às 22:23
Fonte: g1.globo.com