Oficialmente, o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues, negou que a base de Lula tenha observado um recado ao Palácio do Planalto, mas governistas no plenário admitiram, após o pronunciamento de Lira, a urgência de que a tensão se dissipe neste primeiro semestre.

No discurso, Lira enalteceu a Câmara por “Garantir a governabilidade” e mencionou projetos de interesse de Lula que foram aprovados, como as mudanças no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, o “Tribunal dos impostos”.

Em contrapartida, Lira defendeu “o respeito às decisões e o fiel cumprimento aos acordos firmados com o Parlamento” e citou projetos aprovados pelo Congresso que sofrem resistência do governo, como a prorrogação da desoneração da folha de pagamentos e a manutenção do programa de incentivos ao setor de eventos.

Uma das queixas que o governo vetou projetos que haviam recebido votos favoráveis da base de Lula no Congresso, o que simbolizaria uma quebra de acordo e uma forma de desprestigiar as decisões dos parlamentares.

Segundo essas reclamações, o veto revela falta de articulação do governo não somente com o Congresso, mas também com ministros, que tiveram sugestões ao Orçamento incluídas no texto mas vetadas por Lula.

Um aliado de Lula disse ter reconhecido o tom “Duríssimo” do discurso de Lira contra a articulação do governo, mas ressaltou que a mudança de postura não deve partir unicamente de Padilha.

Deputados próximos de Lira avaliam que, até o momento, o governo não deu sinais de mudança de comportamento e, nesse cenário, as prioridades no Congresso neste primeiro semestre devem se restringir aos vetos de Lula ao Orçamento e às leis complementares da reforma tributária.

Este artigo foi resumido em 68%

Originalmente Publicado: 5 de Fevereiro de 2024 às 21:12

Fonte: www.cartacapital.com.br