Depois de um discurso duro contra o Executivo na abertura de mais um ano do Legislativo, e de um período de silêncio absoluto sobre interferências e ações contra parlamentares, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, finalmente se pronunciou; e as palavras duras tiveram o poder até de adiar um encontro entre a equipe econômica e líderes da base para discutir um dos principais problemas deste início de ano: a desoneração de setores da economia, que o governo tenta reverter por meio de medida provisória.

O primeiro reflexo de que o governo entendeu o recado foi o cancelamento da reunião entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e líderes da Câmara, que tinha sido agendada para ocorrer na terça-feira, depois do encontro marcado com senadores aliados.

Governo nega crise com Lira Apesar do aparente mal-estar gerado pelo discurso de Arthur Lira, o líder do governo na Câmara, José Guimarães, disse a jornalistas que não há nenhum tipo de crise entre os poderes, e que o encontro entre Haddad e os demais líderes da base aliada ficou para depois do carnaval.

“Nós faremos após o carnaval em função de que os líderes, a maioria está viajando, não tem nem votação na Câmara. Nós achamos, por prudência, fazer essa reunião após o carnaval [] A remarcação da reunião e o discurso são coisas distintas. Não porque ele fez o discurso que nós marcamos ou desmarcamos. Eu acho que o presidente Lira fez um pronunciamento amplo sobre as relações com o governo. Não achei nada demais”, disse Guimarães.

Saida para desoneração poderá vir por meio de projeto de lei com urgência constitucional Enquanto os líderes da Câmara ainda não conversaram com a equipe econômica, senadores estiveram na Fazenda e saíram do encontro com a expectativa de uma saída para a polêmica em torno da desoneração da folha de pagamento, benefício concedido a setores da economia ainda no governo da ex-presidente Dilma Rousseff, do mesmo PT que agora quer pôr fim às isenções concedidas e negociadas durante o ano passado no Congresso Nacional.

Deputados esperam que Lira mantenha discurso sobre respeito a acordos Enquanto não se chega a uma solução sobre o que será feito em relação desoneração da folha de pagamentos, deputados de oposição dizem esperar que o tom duro do discurso de Lira na abertura do ano do Legislativo seja real e não “Bravata”.

Se não houver acordo, tanto em relação parte do veto que derrubou o calendário para pagamento das emendas de pagamento obrigatório e ao corte de R$ 5,6 bilhões das emendas de comissões, a tendência de que o Congresso derrube o veto de Lula, acrescentou.

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Originalmente Publicado: 7 de Fevereiro de 2024 às 18:15

Fonte: www.gazetadopovo.com.br