A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, afirmou na sexta-feira que o país pode chegar a 4 milhões de diagnósticos de dengue neste ano, o que seria um recorde - em 2023, foram 1,6 milhão.
O médico infectologista Rivaldo Venâncio da Cunha, pesquisador da Fiocruz e membro dos Grupos Assessores Técnicos para Dengue e para Chikungunya da Opas, braço da OMS no continente, estuda a doença no Brasil há quase quatro décadas e afirma que “Houve uma antecipação da onda que era esperada de dengue em pelo menos dois meses”.
Ao R7 Entrevista, o especialista classifica o momento atual como “Um cenário em ascensão”, ressalta que uma epidemia de dengue “Quase impossível” de ser freada, mas que as ações do poder público e da população podem evitar de maneira significativa muitas mortes.
Foi um conjunto de fatores: a temperatura quase que extrema que tivemos ali por outubro, novembro, um calorão antes do verão tradicional; uma certa antecipação do período chuvoso em algumas áreas ou pelo menos uma quantidade de chuva generosa; a mudança da circulação de sorotipos - em algumas localidades estava a dengue tipo 1, e agora observamos o tipo 2, em outras localidades chegando tipo 3 e até mesmo tipo 4.
Você chega às unidades de pronto-atendimento, ali tem gente com dedão do pé esfolado, tem gente que caiu da bicicleta, gente que caiu da moto, gente que está com suspeita de infarto, gente que está com pico de pressão arterial elevada e tem [casos] suspeitos de dengue também.
O Instituto Butantan publicou, em 31 de janeiro, um artigo no The New England Journal of Medicine em que demonstra cerca de 80% de eficácia na vacina que desenvolve contra a dengue.
Não só a autossuficiência na vacina para a dengue, como a autossuficiência em uma gama de produtos fundamentais para a saúde da população, desde que exista política pública estimulando aquilo que chamamos de complexo econômico industrial da saúde, com todas as parcerias necessárias.
Este artigo foi resumido em 84%
Originalmente Publicado: 11 de Fevereiro de 2024 às 03:00
Fonte: entrevista.r7.com