Foto: Reprodução/Ettore Chiereguini/AGIF/AFP. A música “O Bêbado e a Equilibrista”, dos compositores João Bosco e Aldir Blanc, eternizou a frase “A esperança dança na corda bamba de sombrinha”, capturando com rara poesia o delicado equilíbrio entre otimismo e desalento durante os anos da ditadura militar.

Essa tensão ficou evidente com a divulgação dos últimos dados orçamentários de 2023 pelo Banco Central, revelando um aumento na dívida bruta do setor público para 74,3% do Produto Interno Bruto, totalizando 8,1 trilhões de reais.

Esse crescimento se deve em parte ao déficit de 249 bilhões de reais registrado pelo governo em 2023, o pior desde o início da pandemia e o segundo maior da história.

Embora parte desse déficit possa ser atribuída a pagamentos extraordinários, como os de precatórios, o resultado representa um revés para Haddad. difícil implementar uma política fiscal que exija cortes significativos de gastos quando tanto o Executivo quanto o Legislativo disputam onde alocar recursos”, observa o economista Marcos Lisboa, ex-secretário de política econômica no governo Lula.

Embora a política fiscal mais expansiva do governo atual seja vista com ressalvas, recentes melhorias institucionais, como a independência do Banco Central e reformas tributárias, contribuíram para uma elevação na nota de crédito brasileira, conforme observa Manuel Orozco, diretor da S&P. Além da proporção da dívida em relação ao PIB, fundamental considerar a capacidade do país de absorver os débitos contraídos.

No entanto, a redução da poupança nacional e a composição da dívida, que inclui gastos com previdência de curto prazo e juros elevados, representam desafios adicionais.

Embora a flexibilização da política monetária possa ajudar a reduzir o custo da dívida, o governo também precisa explorar outras medidas, como concessões de serviços públicos, para controlar o endividamento.

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Originalmente Publicado: 11 de Fevereiro de 2024 às 13:53

Fonte: terrabrasilnoticias.com