Depois de insultá-lo e de encenar uma reconciliação, o presidente da Argentina, Javier Milei, abraçou neste domingo o papa Francisco ao vê-lo pela primeira vez no Vaticano.
Diante de centenas de fiéis, o ultraliberal Milei se curvou para cumprimentar e abraçar seu compatriota e sumo pontífice na Basílica de São Pedro, no final da missa de canonização da beata Maria Antonia de Paz y Figueroa, conhecida como Mama Antula, a primeira santa argentina.
Milei, um economista de extrema direita que no passado chamou o papa de “Imbecil” e “Representante do mal”, levantou-se quando o pontífice entrou na basílica em uma cadeira de rodas no início da cerimônia e se ajoelhou na missa durante a consagração.
Milei preparou o terreno afirmando no sábado rádio Mitre argentina que o papa o argentino mais importante da história” e disse esperar ter “Um diálogo muito frutífero”.
Jorge Mario Bergoglio e o novo presidente, no entanto, fizeram as pazes nos últimos meses, o primeiro com um telefonema de felicitações após a vitória eleitoral em novembro, e o segundo com uma carta-convite para visitar a Argentina, na qual afirmava que a visita de Francisco “Trará frutos de pacificação e fraternidade a todos os argentinos, ansiosos por superar divisões e confrontos”.
Os dois partem de abordagens muito diferentes sobre a forma de enfrentar a pobreza, mal que atinge 40% da população da Argentina, onde a inflação fechou no ano passado acima de 200%. Ao longo do seu papado, Francisco criticou os excessos e as desigualdades geradas pelo liberalismo, enquanto Milei, um economista ultraliberal que tomou posse em 10 de dezembro e governa em minoria, está empenhado em uma política privatizadora e desregulamentadora.
O papa Francisco, jesuíta e ex-arcebispo de Buenos Aires, não visita o seu país natal desde que foi eleito chefe da Igreja Católica em 2013, e o seu desejo de fazê-lo este ano será uma das grandes questões que pairarão sobre a reunião de segunda-feira.
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Originalmente Publicado: 11 de Fevereiro de 2024 às 11:48
Fonte: www1.folha.uol.com.br