Ele conta ainda que a semelhança da palavra com o “Vodu” dos filmes de terror não toa -embora o termo, genérico, não se associe a uma ou outra religião, o vodu haitiano compartilha a mesma origem geográfica que o culto aos voduns no Brasil, o antigo reino de Daomé, que corresponde ao atual Benin.

A vontade de tirar do termo essa carga negativa foi um dos fatores que levou o carnavalesco da Viradouro Tarcísio Zanon a levar o vodum para a avenida.

importante reorganizar essas crenças e identificar o racismo religioso para entender que esse conjunto de magias uma religiosidade feita para o bem”, diz, acrescentando que a manipulação de bonecos pelo qual o vodu ficou conhecido na sua origem uma forma de curar dores em partes no corpo.

O carnavalesco e Maia são amigos e já tinham trocado ideias na época em que ele pesquisava o tema do desfile da Viradouro do ano passado, Rosa Maria Egipcíaca, considerada a primeira mulher negra a escrever um livro no país.

Quando Maia, em uma visita ao barracão da escola de samba niteroiense, falou da obra que escrevia com Rodrigues, o interesse de Zanon foi imediato.

claro que o enredo não o livro, mas ele foi fundamental”, diz Zanon, acrescentando que realizou parte da pesquisa na primeira casa vodum da Bahia.

O pesquisador ainda argumenta que o enredo incita os brasileiros a irem além da “Imagem de uma África genérica” em direção multiplicidade de tradições e crenças do continente.

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Originalmente Publicado: 16 de Fevereiro de 2024 às 07:00

Fonte: www1.folha.uol.com.br