Em 3 de janeiro de 1874, um veleiro de três mastros, com o nome de La Sofia, partiu do porto de Gênova com cerca de 400 italianos que moravam no norte do país.
O La Sofia foi uma tentativa de empreendimento de Pietro Tabacchi, italiano que vivia no Brasil desde os anos 1850.
“Antevendo o fim da escravidão e ciente de que o Brasil tinha uma política de incentivo, por meio da distribuição de lotes de terra, Tabacchi montou sua própria estrutura e fez um contrato com famílias na Itália”, conta Cilmar Franceschetto, diretor-geral do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo.
Eram famílias de cultura italiana que viviam em pequenas propriedades rurais e já tinham como costume migrar pela Europa durante o inverno, quando o clima dos Alpes limitava a agricultura de subsistência.
“Eles não encontraram condições de trabalho e de moradia dignas. As famílias ficaram todas num barracão, e os homens levavam horas para chegar até as terras em que deveriam trabalhar”, diz Simone Zamprogno, descendente na sexta geração de italianos que chegaram ao Brasil no La Sofia.
“Existiam na época teorias científicas que associavam um conjunto de elementos positivos às populações do norte da Europa, criando a ideia de que eram mais inteligentes, capazes e trabalhadores”, afirma Luis Fernando Beneduzi, nascido no Brasil e hoje professor de história e instituições das Américas na Universidade Ca’ Foscari de Veneza.
Além do legado de mais de 30 milhões de descendentes estimados no Brasil e outros 797 mil com cidadania italiana que vivem hoje no país, o fluxo imigratório influenciou a formação da economia, da sociedade e da cultura brasileira.
Este artigo foi resumido em 80%
Originalmente Publicado: 17 de Fevereiro de 2024 às 00:15
Fonte: www1.folha.uol.com.br