A viagem de Luiz Inácio Lula da Silva ao continente africano foi marcada por uma série de contratempos em agendas, que acabaram irritando o presidente brasileiro.

Além disso, a passagem por Cairo e Adis Abeba terminou com a polêmica fala comparando a situação na Faixa de Gaza com o Holocausto, que deu início a uma nova crise com Israel.

O presidente manteve o tom e padrão de suas falas no Brasil, com duras críticas ao que chama de “Resposta desproporcional” de Israel, afirmando que o país tem “Primazia em descumprir decisões da ONU”.

Estava certo que Lula seria duro com Israel, mas com cuidados retóricos, mesmo em ambientes pró-Palestina.

Certo que a fala de Lula pegou de surpresa alguns membros da sua equipe, inclusive da área internacional.

Além da situação em Gaza, os principais objetivos de Lula no continente eram reconstruir pontes para comércio e exportação de serviços e angariar apoio e união em torno do chamado Sul Global para as reformas das instituições financeiras mundiais -o que vem sendo a tônica da presidência brasileira do G20. Lula foi muito aplaudido ao tocar nesses temas em seu discurso na abertura da cúpula da União Africana, em particular ao defender o perdão da dívida dos países africanos com o FMI. O objetivo que o pagamento das parcelas e juros se transforme em investimentos para o desenvolvimento desses países.

A equipe de Lula minimizou esses desencontros, afirmando que ele chegou mais cedo a Adis Abeba para o encontro com o primeiro-ministro etíope e que os demais compromissos foram tentativas de otimização da agenda.

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Originalmente Publicado: 19 de Fevereiro de 2024 às 07:08

Fonte: www1.folha.uol.com.br