Affonso Celso Pastore, economista e ex-presidente do Banco Central do Brasil, morreu nesta quarta-feira, em São Paulo, aos 84 anos.
“Acredito que todos que desejam refletir sobre política econômica deveriam submeter-se a essa experiência de gestor”, disse o economista em entrevista ao BC. Poucos anos depois, entre 1983 e 1985, presidiu o Banco Central, durante o governo do ex-presidente militar João Figueiredo, último mandatário da ditadura militar brasileira.
Pastore considerava que, durante essa vivência, ele não foi propriamente um presidente de banco central, mas, sim, o administrador de uma crise.
No primeiro ano de pandemia, em 2020, Affonso Pastore deu uma entrevista ao g1 em que afirmou que a recuperação da economia brasileira seria lenta e custosa.
Intitulado “O País exige respeito; a vida necessita da ciência e do bom governo - carta aberta sociedade referente a medidas de combate pandemia”, o documento reforçava que o Brasil era, então, o epicentro da Covid-19 e que as políticas públicas deviam ser baseadas na ciência.
“Estamos no limiar de uma fase explosiva da pandemia e fundamental que a partir de agora as políticas públicas sejam alicerçadas em dados, informações confiáveis e evidência científica. Não há mais tempo para perder em debates estéreis e notícias falsas”, diz a carta.
No campo acadêmico, Pastore deixa trabalhos inovadores que serviram de inspiração a uma geração de ex-alunos e que certamente serão consultados por novos economistas.
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Originalmente Publicado: 21 de Fevereiro de 2024 às 08:23
Fonte: g1.globo.com