O ministro afirmou que o Brasil não não aceita um mundo em que as diferenças sejam resolvidas pela força militar e disse que a ONU está paralisada.

O ministro também criticou o orçamento militar e comparou com o dinheiro que gasto com assistência: “Não minimamente razoável que o mundo ultrapasse - e muito - a marca de US$ 2 trilhões em gastos militares a cada ano. A título de comparação, os programas de ajuda da Assistência Oficial ao Desenvolvimento permanecem estagnados em torno de US$ 60 bilhões por ano - menos de 3% dos gastos militares”.

Vieira disse que “Os casos bem-sucedidos de cooperação pacífica da América Latina, África, Sudeste Asiático e Oceania fazem com que as vozes dessas regiões devam ser ouvidas nos foros relevantes com especial cuidado e atenção”.

O presidente Lula tem repetido em seus discursos que considera que preciso reformar instituições como a ONU, o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial.

“Os membros do Conselho de Segurança são os maiores produtores de armas. São os que detêm as armas nucleares. São os que têm direito de veto, e são os que não cumprem nada porque não se submetem ao próprio Conselho de Segurança”, afirmou o presidente.

O tema da reforma de instituições como a ONU não novo, diz Victor do Prado, conselheiro consultivo internacional do Centro Brasileiro de Relações Internacionais e ex-diretor do Conselho e do Comitê de Negociações Comerciais da OMC. “Essa uma agenda que ‘peregrina’, porque ela vai e volta. O que as pessoas querem que a ideia não morra, mas o ambiente internacional para que isso tenha uma chance de ser concretizado desfavorável. Veja, por exemplo, o Conselho de Segurança da ONU. Estão lá EUA, China e Rússia, três países que têm dificuldades para chegar a acordos”, diz ele.

“No fundo, como o Brasil não tem poder militar nem nuclear, depende de ‘soft power’, o que se adquire com credibilidade no discurso e nas ações, e nos últimos dias o Brasil teve um revés nesse aspecto”, disse ele, referindo-se fala do presidente Lula ao comparar a ação militar de Israel na Faixa de Gaza com o Holocausto.

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Originalmente Publicado: 21 de Fevereiro de 2024 às 14:25

Fonte: g1.globo.com