O Fundo Monetário Internacional recomendou que o presidente Javier Milei proteja os setores sociais mais pobres da Argentina, enquanto avança com suas reformas econômicas ultraliberais e busca reduzir o déficit fiscal a zero.

“As medidas concretas adotadas para cumprir com a âncora fiscal devem ser calibradas para garantir que a assistência social continue sendo prestada e que o peso não recaia totalmente sobre os grupos mais pobres”, declarou a subdiretora do FMI, Gita Gopinath, em uma entrevista ao jornal La Nación publicada neste domingo.

A Argentina mantém com o FMI um programa de crédito de 44 bilhões de dólares e a funcionária visitou o país na quinta e sexta-feira para avaliar pessoalmente seu progresso e se reunir com Milei e membros de seu governo, mas também com economistas, sindicalistas e representantes de organizações sociais que demandam mais ajuda estatal.

Ela opinou que “a economia herdada por este governo estava beira de uma crise e exigia uma ação audaciosa e decisiva para afastá-la do precipício” e que já foram adotadas algumas medidas de alívio social, “Mas serão necessárias mais, para garantir que a redução do déficit fiscal não recaia sobre os segmentos vulneráveis da sociedade”.

Para o FMI, “Também será muito importante investir em capital humano. Este um aspecto crítico. As taxas de pobreza infantil de mais de 55% são extremamente preocupantes. o futuro do país. importante garantir que essa porcentagem diminua muito e poder investir mais em educação”.

Sobre os planos de Milei de dolarizar a economia para concluir suas reformas econômicas ultraliberais, Gopinath insistiu que “a decisão sobre que tipo de regime monetário um país terá uma decisão soberana”.

No sábado, o presidente da Argentina esteve em uma convenção ultraconservadora na região de Washington, e pediu em discurso que seus ouvintes não deixassem o “Socialismo avançar” e chamou a justiça social de “Aberração”.

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Originalmente Publicado: 25 de Fevereiro de 2024 às 12:17

Fonte: g1.globo.com