No campo político, Lula chega ao país na condição de um dos principais líderes da América do Sul e três meses depois ter colocado a diplomacia brasileira para tentar diminuir a temperatura na crise entre a Venezuela e a Guiana em torno da região de Essequibo, uma área disputada há séculos pelos dois países e que rica em minérios e petróleo.
“Espero que a gente tenha uma reunião da Celac produtiva, harmoniosa, e que todos nós saiamos de lá falando em paz, em prosperidade, em alegria, em amor e não em ódio”, afirmou o presidente.
“A participação do presidente nas cúpulas da Caricom e da Celac mostra uma dinâmica de reaproximação do país com o Caribe e com a América Latina. Nos últimos anos, houve fechamento de embaixadas em alguns países caribenhos. Esse movimento demonstra que o Brasil tem, sim, um olhar especial para a região”, disse BBC News Brasil a secretária de América Latina e Caribe do Ministérios das Relações Exteriores, Gisela Maria Figueiredo Padovan.
“Em relação a Essequibo, o objetivo consolidar os termos da declaração de Argyle e manter espaços de diálogo entre os dois países”, disse a embaixadora em menção declaração conjunta entre Guiana e Venezuela assinada em Argyle, capital de São Vicente e Granadinas, em 14 de dezembro do ano passado e que foi responsável pela redução da temperatura da crise.
“Países que passam a dedicar a sua economia ao petróleo tendem a abandonar outras pautas produtivas, o que também abre a possibilidade para que o Brasil se torne fornecedor de outros bens e serviços caso esse crescimento econômico espetacular seja traduzido também em aumento do poder de compra de sua população, o potencial de fortalecimento do comércio bilateral se torna ainda mais relevante”, disse a professora.
“Um dos nossos principais focos a integração física entre o Brasil e a Guiana, especialmente pela estrada de terra que desejamos ver pavimentada entre Lethem e Linden. O outro foco na oportunidade de expandir nossa presença comercial no país. O Brasil tem uma economia diversa e a Guiana está crescendo. Isso representa oportunidades para o país, sobretudo para a Região Norte”, disse a diplomata.
“A Guiana e a Venezuela têm uma economia política do petróleo que absolutamente pulsante e que tem uma escala muito importante e claro que isso desperta interesse não só no Brasil, mas em outros atores regionais e extra-regionais. Não toa que os Estados Unidos e o Reino Unido se envolvem na crise de Essequibo. A aproximação brasileira pode ser reverter em ganhos econômicos para o país”, disse Lopes.
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Originalmente Publicado: 28 de Fevereiro de 2024 às 15:45
Fonte: www.bbc.com