Ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica envolveram o ex-presidente Jair Bolsonaro em conversas de teor golpista, em depoimentos Polícia Federal, e agora os investigadores já começaram a discutir por quais crimes o ex-chefe do Poder Executivo deve ser indiciado ao final das apurações, disseram Reuters duas fontes da PF com conhecimento das tratativas.

O ex-presidente deve ser indiciado até junho pela PF em três inquéritos diferentes: fraude em cartão de vacinas, joias recebidas do governo saudita e tentativa de golpe de Estado, com penas de prisão somadas que podem superar os 55 anos, segundo as fontes.

Com as revelações dos depoimentos dos militares, as informações obtidas por meio de busca e apreensão, as quebras de sigilo, a delação do ex-ajudante de ordens Mauro Cid e outros elementos de prova, as duas fontes dizem que a intenção da PF encerrar até junho as três principais investigações contra Bolsonaro.

Já no caso da apropriação indevida de joias recebidas, as fontes dizem que o ex-presidente deve ser indiciado pelo menos por peculato, cuja pena de 2 a 12 anos de prisão, mais multa.

Assim, na prática Bolsonaro pode ser indiciado os crimes que, somados, vão de pelo menos 12 a mais de 55 anos de prisão.

Uma das fontes da PF envolvida diretamente nas apurações ressaltou que a corporação trabalha para fechar, por ordem: o caso das vacinas, depois das joias e por último do golpe de Estado, com a perspectiva de um indiciamento conjunto de Bolsonaro e os demais alvos, e não indiciamentos separados para cada um dos envolvidos.

“A denúncia contra Bolsonaro mais uma questão de quando, não mais de se”, disse essa fonte da PGR. Outra fonte da procuradoria, também ligada a Gonet, ressaltou por outro lado que não há um cronograma sobre as investigações que envolvem o ex-presidente - nem mesmo prazo para oferecer uma denúncia contra ele.

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Originalmente Publicado: 5 de Março de 2024 às 19:52

Fonte: www.infomoney.com.br