“A Seduc fará a leitura e análise com vistas a definir se o livro poderá ou não ser distribuído. O objetivo assegurar que a obra possa efetivamente contribuir com o desenvolvimento da aprendizagem dos estudantes”, diz o comunicado.

Embora a Seduc não tenha respondido ao g1 sobre o que motivou a decisão e nem qual o prazo para análise, o livro tem sido alvo de polêmica por pessoas que dizem que a obra tem trechos de cunho sexual e, portanto, seria imprópria para uso nas escolas.

Exemplares do livro ‘O Avesso da Pele’ - Foto: Reprodução/RBS TV. A Companhia das Letras, editora responsável pela distribuição do livro em todo Brasil, também manifestou indignação com a decisão e argumentou dizendo que “a retirada de exemplares de um livro, baseada em uma interpretação distorcida e descontextualizada de trechos isolados, um ato que viola os princípios fundamentais da educação e da democracia, empobrece o debate cultural e mina a capacidade dos estudantes de desenvolverem pensamento crítico e reflexivo”.

Mas, dias depois, a secretaria estadual emitiu nota afirmando que “não orientou para que a obra fosse retirada de bibliotecas da rede estadual de ensino” e que “a 6ª Coordenadoria Regional de Educação vai seguir a orientação da secretaria e providenciar que as escolas da região usem adequadamente os livros literários”.

A Secretaria de Estado de Educação também alegou que a medida aconteceu “Em função da linguagem utilizada em trechos do livro que contém expressões consideradas impróprias para a faixa etária da maioria dos estudantes atendidos pela Rede Estadual de Ensino”.

Pelas redes sociais, o ministro-chefe da secretaria de comunicação social Paulo Pimenta saiu em defesa do livro afirmando que a obra traz elementos fundamentais para o debate sobre o racismo estrutural no Brasil.

Pimenta afirmou que “Bolsonaristas se uniram censurar a obra em escolas”, mas que o livro foi aprovado para compor a lista de materiais após edital feito pelo governo Bolsonaro e que a distribuição, exclusiva para o ensino médio, feita ainda no ano passado, só aconteceu depois que a escola do Rio Grande do Sul, que iniciou o debate, pediu que o livro fizesse parte de seu plano pedagógico.

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Originalmente Publicado: 7 de Março de 2024 às 17:06

Fonte: g1.globo.com