A escolha do deputado bolsonarista Nikolas Ferreira para a presidência da Comissão de Educação da Câmara acendeu o alerta no Palácio do Planalto, que estuda recorrer a uma ‘tropa de choque’ para frear reveses e uma eventual ofensiva ideológica no colegiado.

Deputados de partidos que integram o arco de alianças do governo Lula avaliam ser importante ampliar a base governista no colegiado, como forma de derrotar possíveis projetos conservadores.

Hoje, o principal temor que o parlamentar utilize o colegiado para discutir temas que movimentam a extrema-direita brasileira: a proibição do uso de pronomes neutros e de banheiros por identidade de gênero nas escolas, além do homeschooling e das escolas cívico-militares.

No seu discurso de agradecimento, por exemplo, Nikolas fez menção educação domiciliar, uma das suas bandeiras antigas - ele se declarou favorável regulamentação da prática já na primeira eleição que disputou, para a Câmara Municipal de Belo Horizonte.

“A presidência não local pra lacração. Como dizem, um cargo que exige uma certa liturgia. Mas se ele escolher esse caminho, vamos enfrentá-lo no debate”, afirmou o deputado federal Fernando Mineiro, ao defender a criação de uma frente parlamentar ampla para enfrentar “Toda e qualquer tentativa de desvirtuar os objetivos da comissão”.

A indicação do deputado para a presidência da comissão tinha o objetivo de “Fustigar” a gestão petista, nas palavras de líderes do PL. Apesar do incômodo com a indicação, integrantes do governo minimizam os impactos e creem que a atuação de Nikolas na Educação não irá representar grandes retrocessos política implementada pelo Ministério da Educação.

No fundo, segundo um cacique da sigla, a operação para convencê-lo tinha outro objetivo: desviar o foco de uma possível repercussão negativa pela escolha de Caroline De Toni para a Comissão de Constituição e Justiça, a mais importante da Câmara.

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Originalmente Publicado: 7 de Março de 2024 às 20:38

Fonte: www.cartacapital.com.br