Segundo a Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos, cerca de 140 milhões de pessoas no mundo têm o diagnóstico de TAB. Neste sábado, celebrado o Dia Mundial do Transtorno Bipolar que ajuda a enfatizar o que a população que precisa viver com os sintomas da doença mais pede: respeito.

O médico destaca que existem dois tipos de TAB: o tipo 1 quando o paciente apresenta crises maníacas com depressões muito graves e o tipo 2 quando existe alternância entre crises hipomaníacas - semelhante às crises maníacas, só que um pouco menos intensas - com depressões graves.

“Primeiro fui diagnosticada com depressão, mas eu sentia que tinha mais alguma coisa ‘errada’. [Sentia] Que faltava uma peça, era algo que não passava. Eu via as pessoas com depressão que se tratavam, se curavam, e o meu não passava, parecia que quanto mais eu tentava melhorar, mais eu piorava”, afirmou.

saber que eu tenho essa instabilidade, saber que as pessoas não podiam saber o que eu tenho, que eu era diferente no meio de muitas pessoas, o jeito que você enxerga o mundo, o jeito que você vive diferente do ‘normal’ ao seu redor”, diz.

“Ele o meu apoio. Ele entende as dificuldades que outras pessoas não entenderiam. Eu tenho muita sensibilidade auditiva, tenho seletividade alimentar, não consigo ficar no meio de uma multidão, não consigo lidar muito bem com pessoas, tenho dificuldade de conversar, de manter relações Além disso, tarefas simples do dia a dia, como pegar um ônibus para ir trabalhar ou até mesmo o ato de trabalhar, se relacionar diretamente com as pessoas, enfrentar uma fila de supermercado, ir a um show, são coisas que, muitas vezes, são difíceis”, explica.

“Eu queria que as pessoas soubessem que eu não tenho culpa de ter o transtorno, nós não sabemos nem o motivo de termos isso, nós não escolhemos ter. Não temos como controlar. Nós nos sentimos muito isolados, muito afastados da sociedade como se fossemos um bicho-papão, que assustasse todo mundo”, finaliza.

“O que eu acho essencial que as pessoas entendam o seguinte: quando procurar ajuda. Se você está diante de uma pessoa que você conhece e ela está muito diferente do ‘normal’ dela, está muito acelerada, tagarela, irritada, comprando coisas que não precisa e muito agressiva: essa pessoa precisa de ajuda, ela pode estar em uma fase maniforme. O contrário também, se ela está mais para baixo, deprimida, perdendo peso, apetite, perdeu vontade de fazer as coisas que ela fazia antigamente: está na hora de pedir ajuda. Esses são os sinais mais importantes para que a gente fique ligado no momento de procurar ajuda profissional”, finaliza o psiquiatra.

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Originalmente Publicado: 30 de Março de 2024 às 09:08

Fonte: g1.globo.com