Este ano, vai fazer uma década que o Brasil oferece, pelo SUS, a vacina contra o HPV - um vírus sexualmente transmissível.

“As crianças têm um desempenho melhor no desenvolvimento de uma resposta protetora contra o vírus. O que reforça a importância da vacinação entre os 9 e 14 anos, idade em que a maioria dessas pessoas nessa faixa etária ainda não iniciaram a atividade sexual”, destaca o diretor do Instituto Butatan, Ésper Kallas.

A psicóloga e educadora sexual Leiliane Rocha, que mora em Goiás, diz que o fato do vírus ser transmitido principalmente por relações sexuais torna o assunto um grande tabu, inclusive nas escolas.

“A educação sexual vai ensinar a criança a respeitar o seu corpo, respeitar o corpo do outro. A se amar a amar o outro. Eu sou cristã, eu acredito na abstinência sexual como excelente decisão. Eu ensino assim para os meus filhos, sexo depois do casamento. Porém, mesmo sendo cristã e acreditando, eu não posso ignorar a realidade de jovens adolescentes brasileiros que fazem sexo até 14 anos”, completa a psicóloga.

O Fantástico conversou com algumas pessoas que expressam receio em relação vacinação contra o HPV. Elas fazem referência a uma notícia que se espalhou em 2014, na primeira campanha, no Brasil, para combater o HPV. Nessa época, só meninas eram vacinadas.

A cobertura vacinal contra o HPV no Brasil está abaixo dos 80% desejados pelo Ministério da Saúde.

“Você pode ter a melhor tecnologia do mundo se você não tiver adesão. Se você não tiver campanha, se você não tiver a consciência do benefício que a vacina traz, a tecnologia não cumpre a sua função”, afirma a ministra da saúde, Nísia Trindade.

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Originalmente Publicado: 31 de Março de 2024 às 21:44

Fonte: g1.globo.com