“De todos os países do mundo, a Hungria certamente aquele que mais se alinha com a ideologia do Bolsonaro, com a percepção do Bolsonaro sobre a política”, ressalta o Casarões.

Quatro dias antes de aparecer na embaixada húngara, Bolsonaro teve o seu passaporte apreendido e viu diversos aliados e ex-assessores sendo investigados por causa dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

“A Hungria certamente compraria ou está muito propensa a comprar o discurso de perseguição política que o Bolsonaro tem tentado vender no Brasil de que ele está sendo perseguido pelas autoridades do judiciário”, destaca Guilherme Casarões.

Para entender como a Hungria se transformou em porto seguro para alguém como Jair Bolsonaro, preciso voltar 35 anos no tempo, ao dia 16 de junho de 1989, quando a poderosa União Soviética entrou em colapso.

O Muro de Berlim estava prestes a cair e os países do Leste da Europa, que viviam sob controle comunista desde o fim da Segunda Guerra Mundial, buscavam se reinventar para um mundo novo.

“Eles chegam já com algumas críticas a essa democracia liberal, mas ainda muito comprometidos, por exemplo, com os processos que levariam entrada da Hungria na OTAN e mais tarde entrada da Hungria na União Europeia”, explica a professora de História Contemporânea da Universidade Federal Fluminense, Janaína Cordeiro.

“Eu acho que o Órban foi mudando, eu acho que o Fidesz foi mudando, eu acho que a Hungria foi mudando e acho que a Europa foi mudando”, afirmou a professora.

Este artigo foi resumido em 70%

Originalmente Publicado: 31 de Março de 2024 às 22:30

Fonte: g1.globo.com