“Mesmo que muito seja desconsiderado, o derrame de dinheiro público para promover a campanha de Moro foi inédito, muito maior que no caso da senadora Selma Arruda”, argumenta Peccinin, ao lembrar da ex-juíza eleita senadora pelo Mato Grosso em 2018.

“A quantia empregada pelas duas agremiações resulta no escandaloso volume excessivo de gastos e na intensa exposição midiática dos réus durante a pré-campanha, colocando-os em franca vantagem em relação aos demais. Sob todos os ângulos em que se analisa a ação, os abusos são evidentes. A ex-senadora Selma foi cassada por menos”, completa o advogado do PL. O advogado do ex-juiz, Gustavo Guedes, não deu retorno ao pedido de entrevista da Gazeta do Povo.

Quem votará no julgamento de Moro? O julgamento de Moro continua nas sessões de quarta-feira e na próxima segunda-feira com os votos dos demais juízes do pleno do TRE-PR, formado por seis magistrados, além do presidente da Corte, desembargador Sigurd Roberto Bengtsson, que votará apenas em caso de empate em 3 a 3, o que pode ocorrer segundo apuração preliminar feita pela Gazeta do Povo.

Em depoimento, Moro alega desgaste político e gastos com segurança pessoal No depoimento prestado ao desembargador-relator do processo, no mês de dezembro, o senador Moro afirmou que a pré-candidatura Presidência pelo Podemos não trouxe vantagens políticas no pleito.

Cassação de mandato de Moro e novas eleições dependem do TSE Independente do resultado no Paraná, o processo de cassação de Moro deve seguir para apreciação do TSE, presidido pelo ministro Alexandre de Moraes até o dia 3 de junho, quando encerra o mandato no Tribunal Superior.

Ou seja, o adiamento do julgamento no TRE-PR em virtude do fim do mandato do juiz titular da vaga de jurista, o que impedia as sessões para análise de casos de cassação de mandato, pode ter tirado o caso Moro das mãos de Alexandre de Moraes.

O presidente do TSE foi responsável por determinar regime de urgência para inclusão da lista tríplice paranaense às vésperas da primeira sessão do ano, rito necessário para encaminhamento dos nomes apontados pelo Tribunal de Justiça do Paraná para a escolha do presidente da República para ocupar o cargo no TRE-PR. Mesmo assim, a tramitação exige a nomeação de um relator e outros ritos, que podem impedir que o caso seja julgado ainda sob a presidência de Moraes.

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Originalmente Publicado: 31 de Março de 2024 às 16:54

Fonte: www.gazetadopovo.com.br