Os advogados que atuam como assistentes de acusação no caso de Marcelo Arruda, guarda municipal e ex-tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu que foi assassinado em julho de 2022 durante sua festa de aniversário, se manifestaram em nota oficial sobre o fato da defesa do bolsonarista Jorge Guaranho, o responsável pelo homicídio, ter abandonado o Fórum da cidade, nesta quinta-feira, ainda no início do primeiro dia de julgamento do caso.

Entre as alegações para o abandono do Tribunal do Júri, a defesa de Guaranho disse que uma testemunha-chave não chegou a tempo de participar da oitiva, que seria realizada ainda pela manhã.

“Com relação não localização da testemunha arrolada pela defesa, cumpre destacar que referida intimação negativa foi juntada aos autos dois dias antes da data do julgamento, razão pela qual a defesa poderia ter manifestado seu interesse antes da data da sessão, caso quisesse garantir o andamento do júri, uma vez que o acusado, que está preso, foi trazido para Foz do Iguaçu apenas para participar do julgamento, assim como sua própria família, que se deslocou do Rio de Janeiro para esta comarca com o intuito de acompanhar a sessão do Tribunal do Júri”, rebatem os advogados da acusação.

Em outra alegação, a defesa de Guaranho, que está preso no Complexo Médico Penal de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, desde agosto de 2022, afirma que ele só chegou na noite desta quarta-feira a Foz do Iguaçu e não tiveram tempo de conversar para acertar a estratégia.

“Com relação intimação feita no dia anterior ao julgamento para que o acusado comparecesse sessão plenária, a assistência de acusação esclarece que o júri está agendado desde o dia 29 de novembro de 2023, não havendo qualquer surpresa relacionada participação do acusado no julgamento, até porque, caso não fosse de seu interesse participar presencialmente, isto poderia ter sido comunicado ao Juízo e evitado o seu deslocamento para Foz do Iguaçu”.

“Estes assistentes de acusação manifestam seu mais profundo pesar pela família e amigos de Marcelo Arruda, que, há quase dois anos, sofrem a espera pelo julgamento e, agora, precisarão aguardar mais um longo mês antes de, finalmente, presenciar a condenação do assassino, embora a dor pela perda de seu ente querido permaneça por toda a vida”.

Marcelo Arruda, que era guarda municipal e tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu, foi assassinado a tiros por Jorge Guaranho na noite de 9 de julho de 2022, durante sua festa de aniversário que tinha decorações alusivas a Lula e ao PT. O bolsonarista invadiu a festa, realizada na sede da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu, e efetuou vários disparos.

Este artigo foi resumido em 26%

Originalmente Publicado: 4 de Abril de 2024 às 21:00

Fonte: revistaforum.com.br