A equipe acabava de entregar parte das 200 toneladas de alimentos que haviam sido enviadas a Gaza por mar, na carona de um barco pesqueiro dos anos 1970 que atualmente faz resgates a migrantes que naufragam no mar Mediterrâneo.
José Andrés, que já vinha enviado alimentos através de caminhões que enfrentam quilômetros de fila na fronteira entre o Egito e o sul de Gaza, queria aproveitar uma brecha aberta pelo governo de Israel: em dezembro de 2023, pressionada pela comunidade internacional, Israel reabriu o corredor marítimo a Gaza e passou a permitir, pela primeira vez em 20 anos, que barcos atracassem na costa do território palestino, banhado pelo mar Mediterrâneo.
José Andrés, que nos Estados Unidos uma espécie de chef-celebridade - além de participar de diversos programas de televisão, foi condecorado pelo ex-presidente Barack Obama com uma medalha do governo por serviços humanitários - foi atrás de contatos na região do Mediterrâneo.
Foi aí que entrou em ação a embarcação da Open Arms, um barco pesqueiro de 1974 que Camps comprou e restaurou para resgatar migrantes em 2015, quando a Europa recebia o maior fluxo migratório mundial desde a Segunda Guerra.
Havia um detalhe: o território, que por 20 anos não pode ter nenhum tráfico de transporte marítimo, não tinha um porto ou um cais onde o barco pesqueiro pudesse atracar.
Os sete - três britânicos, um norte-americano, uma australiana, um polonês e um palestino - integravam uma das dezenas de equipes da World Central Kitchen que receberam a embarcação da Open Arms na costa do sul de Gaza.
Desta vez, no entanto, o destino dos alimentos incerto - após o ataque israelense, a World Central Kitchen e a maioria das outras ONGs que distribuem ajuda humanitária na Faixa de Gaza decidiram suspender suas operações no território palestino.
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Originalmente Publicado: 7 de Abril de 2024 às 00:00
Fonte: g1.globo.com