Diante dos ataques do Irã a Israel e a escalada de tensão no Oriente Médio, realizados neste sábado, 14, o mercado internacional começa a se movimentar para precificar os impactos econômicos do impasse geopolítico, o que pode trazer possíveis prejuízos para a economia brasileira, conforme avaliam os especialistas ouvidos pelo Estadão.
De acordo com ele, a escalada dos conflitos na região tem impacto direto sobre os preços do petróleo, o que gera mais pressões inflacionárias nos Estados Unidos e pode atrasar ainda mais a queda dos juros americanos, com impactos sobre as decisões do Comitê de Política Monetária.
Contudo, Spiess pondera que, caso a tensão volte a escalonar, uma guerra entre as duas nações poderia impactar diretamente na tentativa de reeleição de Joe Biden Casa Branca, nos Estados Unidos, o que abria caminho para um segundo mandato de Donald Trump e traria novos impactos econômicos na economia global.
Dib destaca que essa situação pode gerar uma fuga de capital do investidor internacional, que deixa o País para buscar ativos vistos como de menor risco, a exemplo dos títulos de dívida dos Estados Unidos e também o ouro.
Em relação Selic, no entanto, o especialista acredita que apesar do impacto negativo do ataque iraniano, o incidente não deve alterar o patamar final de Selic e a trajetória de queda dos juros no País.
Para Campos Neto, embora os ataques do Irã a Israel não tenham causado danos ou vítimas e o país persa tenha sinalizado de que não pretende lançar novas ofensivas em um primeiro momento, os preços do petróleo devem subir, dado que os países alinhados ao Irã no conflito têm forte peso na produção mundial da commodity.
“O resultado mais favorável seria a redução das tensões, com os Estados Unidos desempenhando um papel crucial”, afirma a consultoria, apontando o envolvimento direto do presidente americano Joe Biden em conjunto com o G7. Ainda assim, improvável que o prêmio de risco geopolítico caia para os patamares anteriores a 1º de abril sem sinalizações mais consistentes.
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Originalmente Publicado: 14 de Abril de 2024 às 20:00
Fonte: www.estadao.com.br