Sistema binário do Gaia BH3, apontando a órbita da estrela companheira e o centro de massa do buraco negro - Credito: ESA/Gaia/DPAC - CC BY-SA 3.0 IGO. A Missão Espacial Gaia da Agência Espacial Europeia descobriu um buraco negro de origem estelar adormecido na nossa galáxia, a Via Láctea, situado a 2 mil anos-luz da terra, com massa 33 vezes maior que a do Sol.

O objeto astronômico, que recebeu o nome Gaia BH3, considerado adormecido ou dormente por emitir pouca ou nenhuma radiação, muito maior do que os buracos negros encontrados anteriormente na Via Láctea, que tem, em média, 10 vezes a massa do Sol.

O estudo tem a participação de pesquisadores do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP. O professor do IAG Ramachrisna Teixeira, que integra o grupo de colaboradores da Missão Gaia, explica que buracos negros são corpos tão densos que sua gravidade intensa a ponto de impedir que a própria luz, com sua velocidade inimaginável, consiga deixá-lo.

No entanto, o buraco negro adormecido ou dormente não tem uma estrela companheira por perto que o alimente, assim, não existe nenhuma ou pouca radiação que o acompanha e, portanto, mais difícil de ser encontrado.

Essa estrela tem poucos elementos mais pesados que o hidrogênio e hélio, sugerindo que a estrela que deu origem ao buraco negro Gaia BH3 também poderia ter sido muito pobre em elementos pesados.

Como não há evidência de que essa estrela tenha sido contaminada pelo material expelido pela explosão da supernova que deu origem ao Gaia BH3, isso poderia sugerir que o buraco negro adquiriu a sua companheira apenas após o seu nascimento, capturando-a de outro sistema.

A nova imagem do buraco negro localizado no centro da Via Láctea revelou um campo magnético com uma estrutura muito semelhante do que está situado no centro da galáxia M87, sugerindo que campos magnéticos intensos podem ser comuns a todos os buracos negros.

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Originalmente Publicado: 17 de Abril de 2024 às 16:19

Fonte: jornal.usp.br