A mensagem dada pelo pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, em entrevista youtuber Antonia Fontenelle no fim de fevereiro, revela uma das estratégias do aliado de Jair Bolsonaro para intimidar o STF nas investigações que envolvem o ex-presidente: fazer pressão blindado por seu status de líder religioso.
A estratégia anda lado a lado com a deslegitimação do STF sob o argumento de que “Supremo o povo”, pensamento expresso recorrentemente por Malafaia.
A ideia, admitiu, era pressionar o STF em meio a contexto em que Bolsonaro havia sido intimado a falar sobre uma possível trama golpista para impedir a posse do presidente Lula.
“O povo o Supremo poder de uma nação. Nada superior a nível de poder em uma nação do que o povo. Quando um povo se manifesta, se submeta o poder Judiciário, o Legislativo e o Executivo”, afirmou.
Para Luis Gustavo Teixeira, doutor em ciência politica com foco em laicidade estatal e professor da Unipampa, as falas de Malafaia sobre o Supremo e a pressão que pode exercer como líder religioso exemplificam um pensamento que representa “Clara violação da democracia”.
“A ideia de que o Supremo deve observar o povo parte do pressuposto de que o poder político deve ser superior aos direitos. a essência da tirania”, diz.
“E eu garanto para você que não para incentivar a perseguição a autoridades, para quebrar o país. Eu sou democrata. Quem gosta de quebrar a esquerda”, afirmou.
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Originalmente Publicado: 20 de Abril de 2024 às 10:30
Fonte: www.em.com.br