A Universidade Federal do Espírito Santo abriu um processo administrativo, após pedido do Ministério Público Federal, para reavaliar títulos de Doutor Honoris Causa concedidos pela instituição durante a ditadura militar.

Médici, terceiro presidente do regime militar no país, recebeu a mais alta honraria concedida pela Ufes em 1976.

O MPF ainda solicitou que fossem identificados os locais na instituição que levam nomes em homenagem a antigos dirigentes que aderiram ditadura militar em todos os campi da universidade.

Segundo o relatório final da Comissão da Verdade da Ufes, as violações de direitos humanos durante a ditadura militar atingiram cerca de 90 pessoas, entre estudantes, funcionários e professores da instituição.

“A permanência de pessoas que participaram das violações de direitos humanos perpetradas no bojo da ditadura militar no Brasil no quadro de homenageados da Ufes perpetua a violência por eles praticada, mantém viva a dor dos que sofreram, inclusive na memória coletiva, e retrata o algoz como herói, como alguém importante para a instituição e para a sociedade”, justificou a procuradora regional dos Direitos do Cidadão Elisandra de Oliveira Olímpio.

Ela destacou ainda que o MPF atua para trazer luz as práticas atrozes cometidas pelo Estado brasileiro naquele período e para assegurar o direito memória, especialmente para que fatos como esses não venham a se repetir.

Em nota, a Administração Central informa que, por solicitação do MPF, foi encaminhado ao Conselho Universitário da Ufes, responsável pela apreciação dos títulos de Doutor Honoris Causa, um pedido de revisão e reavaliação dos títulos concedidos a apoiadores da ditadura militar no período de 1964 a 1976.

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Originalmente Publicado: 24 de Abril de 2024 às 15:10

Fonte: www.agazeta.com.br