Do outro lado da cerca dupla, vigiada por agentes e “Decorada” com faixas que dizem “Palestina Livre” ou “Parem o Genocídio”, cerca de duzentos estudantes acampam desde quinta-feira para exigir que a instituição se dissocie de empresas e indivíduos que “Estão se beneficiando” da operação militar israelense em Gaza.
Os campi universitários tornaram-se o maior reflexo da tensão que a guerra no Oriente Médio gera nos Estados Unidos e da divisão cada vez mais acentuada da sociedade americana frente ao apoio do governo americano a um aliado histórico: Israel.
A Universidade do Sul da Califórnia, localizada em Los Angeles e um dos mais importantes centros educacionais privados do Estado, anunciou na quinta-feira que cancelaria sua cerimônia de formatura “Dados os riscos de segurança representados pelos protestos”.
“Acho que posso falar por outros estudantes judeus. Isso nos gera ansiedade, nos distrai dos estudos, porque afinal isso um centro de estudos”, enfatiza, embora reconheça que as aulas continuam sendo ministradas normalmente no campus, algo que a BBC News Mundo, serviço de notícias em espanhol da BBC, também conseguiu verificar.
Ela reconhece as diferenças, mas traça um paralelo com os protestos estudantis que, no final da década de 1960, acabaram por tomar conta da cena política nacional e são lembrados mais e mais entre aqueles que comentam a situação atual nos campi.
“O que pedimos que a Universidade da Califórnia pare de investir fundos naqueles que lucram com o genocídio em Gaza. E vamos protestar até conseguir”, enfatiza ao lado da biblioteca Powell.
Lá, lembro-me da primeira conversa da manhã, com Sethi, o pai que tentava fazer com que seus filhos entendessem o mundo dividido em que vivemos.
Este artigo foi resumido em 83%
Originalmente Publicado: 30 de Abril de 2024 às 15:04
Fonte: www.bbc.com