O Rio Grande do Sul está envolto há dias numa tarefa dramática: ao mesmo tempo que conta seus mortos - já são 78, segundo números mais atualizados da Defesa Civil -, corre para localizar gente desaparecida, manter vivo quem se feriu e resgatar “Ilhados”, para que mais ninguém entre nas estatísticas macabras que causam dor a uma população que ainda se recuperava da passagem de um ciclone, que deixou 54 óbitos e um rastro de destruição por onde passou, em 2023.
Até o momento, 780 mil pessoas foram atingidas de alguma forma pela maior enchente registrada na história do estado - e que coloca o Brasil na lista dos países mais afetados pela desordem do clima.
A água serpenteou pelo interior do estado ao longo dos últimos dias e, agora, chega com mais força capital, Porto Alegre, que se vê isolada por terra - com a rodoviária e importantes vias de acesso tomadas por água e lama - e pelo ar, com o aeroporto Salgado Filho fechado sem nenhum avião autorizado a fazer pouso ou decolagem.
O lago Guaíba, cartão-postal que margeia a capital gaúcha, o repositório do aguaceiro que escorreu pelo interior e fez subir o seu volulme ao nível inédito de 5,3 metros, na tarde de domingo.
As águas cobrem ruas e avenidas de norte a sul da capital, incluindo o Centro Histórico, inundam pontos que nunca haviam sido alcançados pelas cheias e expulsam de casa um número ainda incerto de moradores.
“De bens materiais, quem tinha bastante e quem tinha pouco ficou sem nada. Nessa hora, a gente tem que salvar a vida da gente”, disse o pescador Marcos Brandão, que, resgatado em um barco de pequeno porte, precisou abandonar o pitbull da família em uma laje ainda intacta.
Com o seu jet ski submerso em uma garagem, Fabiano Saldanha pegou emprestado o de um conhecido e, desde sexta-feira, calcula que o grupo formado por ele e três amigos socorreu cerca de 50 moradores das ilhas.
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Originalmente Publicado: 5 de Maio de 2024 às 21:23
Fonte: www.infomoney.com.br