A greve geral convocada para esta quinta-feira pela Confederação Geral dos Trabalhadores na Argentina deve gerar um prejuízo milionário para alguns setores da economia.

O impacto seria uma resposta dos movimentos populares e trabalhadores que protestam contra medidas ultraliberais do presidente Javier Milei, segundo Luiza Foltran, pesquisadora do Monitor do Debate Político no Meio Digital da Universidade de São Paulo.

“Desde que o Milei ganhou o governo, os movimentos sociais e sindicais não pararam em nenhum momento de construir mobilizações, algumas das maiores que a gente já viu. E hoje a estratégia foi um pouco diferente, foi uma greve geral que está acontecendo no país inteiro: convocatória para que se parem todos os serviços, seja de transporte, seja os serviços públicos, seja o comércio, as universidades”, expõe Luiza.

“A gente vê que a maior parte de Buenos Aires apareceu vazia hoje. Nas cidades que são um pouco mais fora dos centros, cidades menores, estão acontecendo algumas pequenas manifestações de setores, então de comerciários, de estudantes em apoio greve geral. E tem uma previsão de gerar um prejuízo de mais de 32 milhões de dólares no dia de hoje. Então acho que embora o projeto de lei seja um projeto bem forte, um projeto que muito radical da parte do governo, acho que a gente pode dizer que a resposta também dos setores organizados tem sido igualmente forte”, conta a pesquisadora.

De acordo com a CGT, a segunda greve geral desde que Milei assumiu a presidência da Argentina visa enfrentar “Um governo que promove a retirada de direitos trabalhistas e sociais consagrados e um ajuste que pago pelos que menos têm: os assalariados e aposentados”.

“A Lei Ônibus foi uma grande demonstração de ousadia da extrema-direita, em abrir o seu governo com uma medida que busca fazer ajuste fiscal, reforma trabalhista, retirada de uma série de direitos específicos, aposentadoria. E eles abriram o governo com essa proposta, em fevereiro sofreram uma derrota e o próprio governo retira de pauta e reinicia a discussão com um formato de lei que um pouquinho mais brando, que a Lei de Bases. O movimento tem chamado de Lei Ônibus, porque ela segue a mesma lógica da lei anterior”, explica Luiza Foltran.

“A Patricia Bullrich também, desde o começo do governo, tem buscado restringir protestos. Esse governo tem buscado reprimir, sim, mas até agora não o suficiente para impedir novas manifestações”, afirma a pesquisadora da USP. A entrevista completa, feita pela apresentadora Luana Ibelli, está disponível na edição desta quinta-feira do Central do Brasil, que está disponível no canal do Brasil de Fato no YouTube.

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Originalmente Publicado: 9 de Maio de 2024 às 18:47

Fonte: www.brasildefato.com.br