Mais do que isso, apontou uma possível transmissão urbana da doença, que provoca sintomas semelhantes aos da chikungunya, sendo identificada em moradores que não relataram qualquer atividade em áreas de mata.

Das 822 amostras de pacientes em estado febril coletadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública de Roraima, entre 2018 e 2021, foram identificadas a presença do mayaro em 3,4% delas, mas em 60% dos casos, as pessoas testaram negativo para os oito vírus analisados, o que pode ser indício de circulação de novos patógenos.

“Havia o indicativo de que aquelas pessoas estavam doentes. Alguma coisa elas tiveram, a gente que não conseguiu achar”, explica José Luiz Proença Módena, coordenador do Laboratório de Estudos de Vírus Emergentes da Unicamp.

“A gente está se pondo lá. Alguns serão extintos, mas os vírus têm uma capacidade enorme de adaptação, alta taxa de mutação, e ocorre uma seleção de um que seja capaz de infectar e transmitir entre pessoas”.

Por isso mesmo, há o temor de que seja possível estabelecer uma cadeia de transmissão pelo Aedes aegypti, em evidência pelos casos de dengue, mas que também já foi um vetor da febre amarela, por exemplo.

“Essa a principal preocupação, se o Aedes, que mosquito urbano, capaz de disseminar. A partir do momento que sabermos que isso acontece, não se sabe o impacto diante de uma população que nunca teve contato com esse vírus”, destaca Júlia Forato.

O coordenador do LEVE ressalta que o Brasil, em virtude da sua enorme biodiversidade, considerado pelos grandes órgãos internacionais, incluindo a Organização Mundial de Saúde, um dos hotspots, ou zona quente, para o surgimento de novos vírus.

Este artigo foi resumido em 71%

Originalmente Publicado: 12 de Maio de 2024 às 03:46

Fonte: g1.globo.com