A demissão de Jean Paul Prates do comando da Petrobras na noite de terça ofuscou os aguardados dados da inflação ao consumidor dos Estados Unidos, que vieram abaixo do esperado e reforçaram apostas de corte de juros em setembro por lá. Os papéis da estatal derreteram na sessão desta quarta.
“O mercado nunca gosta de ingerência política sobre empresas com negócios em Bolsa. Não será diferente desta vez, até porque o Prates vinha se mostrando um conciliador entre mercado e política. O grande problema da empresa refino: entra governo, sai governo, sempre uma dor de cabeça”, avalia Alexandre Espirito Santo, economista da Way Investimentos.
Prates sofreu forte processo de fritura nos últimos meses, após críticas de Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, sua abstenção em votação de proposta do governo para reter dividendos extraordinários referentes ao resultado de 2024, medida que havia sido negociada com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na assembleia, o governo não só recuou como determinou estudos para que a Petrobras distribua os 50% restantes até o fim do ano, em movimento que tranquilizou o mercado e recuperou o valor das ações da empresa.
“Todo o mercado vai precificar a possibilidade de corte de juros antes de setembro, que o consenso neste momento, e talvez até uma chance de mais cortes de juros em 2024”, avalia Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos.
No exterior, a reação aos dados de inflação foi forte: os índices S&P 500 e Nasdaq fecharam com recordes de pontos, com ambos avançando mais de 1%. De acordo com dados preliminares, o S&P 500 avançou 1,18%, para 5.308,67 pontos.
A MRV também figurou na coluna positiva, com avanços de 4,40%. Na ponta negativa, CSN perdeu 5,97%, e Vale fechou praticamente estável, com recuo de 0,05%. Na terça-feira, o dólar encerrou a sessão em queda de 0,41%, cotado a R$ 5,130 na venda.
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Originalmente Publicado: 15 de Maio de 2024 às 18:11
Fonte: www.em.com.br