“Ele sabia os horários de fechamento dos jornais e que precisava anunciar tarde a descoberta de 20 espiões dentro do exército, ou fazer outras declarações escandalosas, porque, assim, os jornalistas não teriam tempo de verificar as informações e descobrir que era mentira”, explica ela.

Foto: GETTY IMAGES via BBC. Outro elemento da equação que favoreceu o senador foi o então diretor do FBI J. Edgar Hoover, que era um furioso anticomunista.

Casos como o do casal Julius e Ethel Rosenberg, que foram executados em 1953 por terem revelado segredos nucleares para a URSS, demonstram que o Kremlin tinha olhos e ouvidos dentro dos Estados Unidos.

Os especialistas também concordam que as investigações e audiências de McCarthy não conseguiram revelar um único espião soviético, nem identificar nenhum comunista americano que tivesse conspirado contra seu país.

“Afirmava-se que a ameaça da URSS era tão séria que seria preciso ignorar ou desvirtuar alguns dos princípios do Estado de direito”, explica a historiadora.

“O que fez com que o macarthismo fosse tão poderoso e diferente de outras perseguições políticas em países mais autoritários que houve pouca violência”, segundo Schrecker.

A possibilidade de ser acusado de comunista ou traidor pelo senador fez com que muitos dos que poderiam enfrentá-lo se negassem a fazê-lo - até mesmo presidentes americanos, como Dwight Eisenhower, que governou o país entre 1953 e 1961.

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Originalmente Publicado: 19 de Maio de 2024 às 04:01

Fonte: g1.globo.com