O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta quinta-feira que a desancoragem das expectativas de inflação coloca a política monetária brasileira em ponto mais delicado, ressaltando que esse o tema que mais tem incomodado a diretoria da autarquia.

“O que coloca a política monetária brasileira em um ponto um pouco mais delicado, ou mais delicado, o fato de que ocorreu esse movimento de elevação da taxa de juros terminal e ainda assim a gente assiste uma desancoragem”, disse.

Na apresentação, Galípolo afirmou mais de uma vez que gostaria de fazer coro às declarações desta quinta-feira do presidente do BC, Roberto Campos Neto, sobre variáveis que influenciam o trabalho da autoridade monetária, destacando que a intenção não fornecer nenhum tipo de ‘guidance’, ou orientação, para a próxima reunião do Copom, que acontece este mês.

Campos Neto afirmou mais cedo que o BC se preocupa com a desancoragem das expectativas apesar de observar dados positivos da inflação corrente, e citou o possível ritmo mais lento de corte nos juros de economias avançadas e uma eventual pressão do mercado de trabalho aquecido sobre os preços no Brasil.

Em seu encontro de maio, o Comitê de Política Monetária cortou a Selic em 0,25 ponto percentual, a 10,50% ao ano, abandonando a indicação dada anteriormente de que o corte seria de 0,50 ponto.

Na apresentação, Galípolo afirmou que tem passado mais tempo defendendo a decisão de corte de 0,25 ponto do que o próprio voto, pontuando que não se tratou de uma discussão antagônica entre os dois grupos, com todos entendendo ser importante mostrar que o cenário econômico na ocasião ficou mais adverso.

“Cada vez que for testado, cabe ao BC mostrar por ações e discurso que existe um compromisso que remete ao que o ‘job description’ de você estar no Comitê de Política Monetária, que manter a taxa de juros em patamar restritivo suficiente pelo tempo que for necessário para levar inflação meta”, afirmou.

Este artigo foi resumido em 50%

Originalmente Publicado: 6 de Junho de 2024 às 12:19

Fonte: br.investing.com