Apenas dez dias depois do início das inundações no Rio Grande do Sul, quando o cavalo caramelo ainda aguardava resgate em cima de um telhado na cidade de Canoas, em 7 de maio, o governo Lula anunciou que iria intervir no mercado e comprar 1 milhão de toneladas de arroz.
Nos dias e semanas seguintes, de nada adiantaram todos os alertas de que praticamente a totalidade da colheita gaúcha de arroz, que abastece 70% do consumo nacional, estava segura, o que afastava qualquer risco de desabastecimento.
Governo Lula ignorou apelos do RS contra importação de arroz Logo quando o governo começou a falar em importação estatal com preços subsidiados, entidades gaúchas ligadas produção arrozeira emitiram uma nota sociedade brasileira assegurando que o impacto das chuvas tinha reduzido em apenas 1,24% a colheita do cereal, que atingiu 7,15 milhões de toneladas, “Inexistindo risco de desabastecimento de arroz ao mercado consumidor”.
O ex-ministro da Agricultura Antônio Cabrera foi taxativo: “Quem vai plantar arroz para a próxima safra, sabendo que o governo tem esse estoque de produtos e vai colocar no mercado de uma forma subsidiada e com preço artificial? Isso, sim, pode gerar uma grande crise de abastecimento de arroz no mercado nacional no próximo ano”, alertou.
Enxurrada de suspeitas motiva pedido de CPI do “Arrozgate” Horas depois da realização do certame, contudo, começaram a vir tona a falta de habilitação técnica e experiência das empresas vencedoras - mercearia, locadora de carros e fábrica de sorvetes - assim como suspeitas de favorecimento a um ex-assessor do secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, que foi ministro da pasta no governo de Dilma Rousseff.
Na prática, a ASR Locação de Veículos e Máquinas, de Brasília, e a Wisley A de Souza Ltda, cujo nome de fantasia Queijo Minas, de Macapá, não estavam habilitadas para importar bens no valor de dezenas de milhões de reais.
Governo insiste em fazer novo leilão de arroz A Queijo Minas, que importaria 147 mil toneladas de arroz pelo valor de R$ 736 milhões, tinha até poucos dias antes do leilão capital social de apenas 80 mil reais.
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Originalmente Publicado: 11 de Junho de 2024 às 21:37
Fonte: www.gazetadopovo.com.br