Após a devolução da medida provisória que pretendia limitar a compensação do Programa de Integração Social e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social, o governo acelerará a agenda de revisão de gastos públicos, disseram nesta quinta-feira, em Brasília, os ministros Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet.
“Começamos a discutir 2025, a agenda de gastos. Vamos manter um ritmo mais intenso de trabalho neste mês, porque, em julho, começa a ser montada a peça orçamentária, e, em agosto, a peça encaminhada ao Congresso Nacional. Estamos fazendo uma revisão ampla, geral e irrestrita do que pode ser feito para acomodar as várias pretensões legítimas do Congresso e do Executivo, mas sobretudo para garantir que tenhamos tranquilidade no ano que vem”, declarou Haddad. Segundo o ministro, a agenda de gastos envolverá tanto despesas primárias, financeiras e gastos tributários.
“Gasto primário tem de ser revisto. Gasto tributário tem de ser revisto e gasto financeiro do Banco Central também. Quanto mais esses três gastos estiverem caindo, melhor para o país”, frisou Haddad. O ministro desmarcou um seminário com investidores no Rio de Janeiro para se reunir com Tebet.
“Nós queremos rever gastos primários, estamos dispostos a cortar privilégios. Voltaram tona vários temas que estão sendo discutidos de novo, o que bom, como supersalários, como correção de benefícios concedidos ao arrepio da lei, correção de cadastros. Isso tudo voltou para a mesa. Nós achamos que ótimo isso acontecer, porque vai facilitar o trabalho de equilibrar as contas”, assegurou.
A fala de Haddad, ao lado da ministra do Planejamento, Simone Tebet, ocorre numa semana de piora do mercado financeiro diante de uma percepção de que o governo não consegue tocar uma agenda de corte de gastos.
Por determinação do Supremo Tribunal Federal, o governo e o Congresso precisam entrar em um acordo até o fim de julho para que a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia e de pequenos municípios seja prorrogada.
“O dia a dia da Receita Federal localizar brechas que estão sendo utilizadas, o que inclusive corrompe o sistema de concorrência. Porque se um empresário está fazendo uma coisa e o outro está fazendo individualmente, você desequilibra o jogo da concorrência. E o que nós queremos na economia”, justificou Haddad..
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Originalmente Publicado: 13 de Junho de 2024 às 17:31
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br