Era a vitamina D, uma molécula que, quase seis décadas depois que começou a ser sintetizada em laboratório, ganhou ares de panaceia.
Ciente das polêmicas, a Endocrine Society, entidade que representa a classe da endocrinologia internacionalmente, acaba de atualizar as regras do jogo, estabelecendo os grupos que realmente tiram proveito do hormônio, como crianças, adolescentes, gestantes e idosos, a fim de evitar prescrições e usos desnecessários e até nocivos.
Ainda que a vitamina D participe do nosso sistema de defesa, no período pandêmico o suplemento integrou, sem nenhuma comprovação, coquetéis para imunidade e kits de tratamento precoce.
“A diretriz reforça que alguns grupos devem tomar a vitamina D em doses baixas e diárias sem a necessidade de dosá-la no sangue”, diz o endocrinologista Sérgio Maeda, presidente da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo.
Para os adultos saudáveis na faixa de 19 a 74 anos, a regra geral que não há necessidade de se submeter a exames nem fazer uso de suplemento, muito menos por conta própria.
“A vitamina D tomou um aspecto de bala de prata, capaz de curar tudo, mas requer prescrição, assim como fazemos com qualquer outra reposição hormonal”, afirma o endocrinologista Carlos Eduardo Barra Couri, pesquisador da USP de Ribeirão Preto.
“Ela pode causar, entre outras coisas, intoxicações, pedras nos rins, convulsões, arritmia e insuficiência renal.” As novas normas chegam em um momento propício, em que a população convocada a depender menos de pílulas e telas e a adotar um estilo de vida mais ativo, de preferência ao ar livre.
Este artigo foi resumido em 66%
Originalmente Publicado: 28 de Junho de 2024 às 06:00
Fonte: veja.abril.com.br