O Vaticano anunciou nesta sexta-feira que um arcebispo ultraconservador da Itália foi excomungado por rejeitar a autoridade do papa Francisco.
Viganò chegou a ser o embaixador do Vaticano nos Estados Unidos, mas se afastou das lideranças da igreja em 2018, depois de dizer, sem apresentar provas, que o papa tinha conhecimento sobre os crimes sexuais que teriam sido cometidos pelo cardeal americano Theodore McCarrick e que o pontífice não havia feito nada a respeito.
A declaração do arcebispo, que durante a pandemia de Covid-19 teve postura negacionista, aconteceu três dias depois de a Santa Sé autorizar a bênção a casais homoafetivos e a aqueles considerados “Em situação irregular”, termo usado para se referir aos que estão em sua segunda união após um divórcio.
“Na conclusão do processo penal, o reverendíssimo Carlo Maria Viganò foi considerado culpado do delito reservado de cisma”, disse o comunicado, acrescentando que ele havia sido excomungado da Igreja.
Analistas dizem que a medida pode ter desdobramentos em círculos ultraconservadores da igreja, especialmente nos EUA, onde a oposição ao pontificado do papa argentino forte.
“Não reconheço a autoridade do tribunal que afirma me julgar, nem de seu prefeito, nem daquele que o nomeou”, afirmou ele, referindo-se ao chefe do escritório doutrinário, cardeal Victor Manuel Fernandez, e a Francisco.
No texto, Viganò se referiu ao papa apenas por seu sobrenome, Bergoglio, e disse que o pontífice representava uma igreja “Inclusiva, imigratória, ecossustentável e pró-gay”, que havia “Se desviado de sua verdadeira mensagem”.
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Originalmente Publicado: 5 de Julho de 2024 às 15:04
Fonte: www1.folha.uol.com.br