A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira uma nova fase da operação Última Milha - que, desde 2023, investiga o possível uso ilegal de sistemas da Agência Brasileira de Inteligência para espionar autoridades e desafetos políticos no governo Jair Bolsonaro.
A TV Globo apurou que são ex-servidores cedidos para a Abin e influenciadores digitais que trabalhavam no chamado “Gabinete do ódio” - estrutura no Palácio do Planalto que disseminava notícias falsas e ataques democracia.
De acordo com a PF, investigadores descobriram que “Membros dos Três Poderes e jornalistas foram alvos de ações do grupo, incluindo a criação de perfis falsos e a divulgação de informações sabidamente falsas”.
“A organização criminosa também acessou ilegalmente computadores, aparelhos de telefonia e infraestrutura de telecomunicações para monitorar pessoas e agentes públicos”, diz a PF. Se as condutas forem confirmadas, os investigados podem ser indiciados pela Polícia Federal e, em seguida, denunciados Justiça.
Em outubro de 2023, a PF também fez buscas e afastou ex-diretores da Abin que atuavam na agência durante a gestão do ex-diretor Alexandre Ramagem - hoje, deputado federal pelo PL do Rio.
Naquele momento, também foram presos dois servidores que, por terem conhecimento do suposto esquema, teriam coagido colegas para evitar uma possível demissão: Rodrigo Colli e Eduardo Arthur Yzycky.
Segundo os investigadores, apesar do encerramento formal do contrato em 2021, há indícios de que o uso do sistema se intensificou nos últimos anos do governo Bolsonaro para monitorar ilegalmente servidores públicos, políticos, policiais, advogados, jornalistas e até mesmo juízes e integrantes do STF..
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Originalmente Publicado: 11 de Julho de 2024 às 08:34
Fonte: g1.globo.com