O Ibovespa sobe nesta sexta-feira e se encaminha para emendar uma sequência de dez altas consecutivas, com ingresso de recursos estrangeiros e investidores animados com a perspectiva cada vez maior do início do corte dos juros nos EUA, em “Breve”, provavelmente já no mês de setembro.
“O Fed tinha subido um pouco os juros antes de 2020, da pandemia. Mas aí, na pandemia, eles voltaram a derrubar para incentivar a economia. Vale lembrar que os EUA vinham se recuperando também da crise de 2008, que atingiu muito o sistema financeiro e as famílias, principalmente na questão das hipotecas. Os juros estavam baixos para ajudar as companhias e pessoas a desalavancarem”, relembra Adauto Lima, economista-chefe da Western Asset.
“Existe uma grande discussão agora sobre qual a taxa de juros neutra, que aquela taxa de juros que nem estimula nem restringe a economia”, fala Francisco Nobre, analista na XP Investimentos.
“Após a crise de 2008, os EUA passaram por um período de desinflação. Teve a crise bancária, que impactou a demanda, junto a um movimento de globalização forte, que aumentou a oferta. Só que hoje a gente tem uma redução dessas tendências, até mesmo da globalização, visto os conflitos mundo afora”, acrescenta Nobre.
Apesar de a perspectiva de queda dos juros nos EUA animar as bolsas, incluindo a brasileira, a discussão sobre a taxa neutra de juros nos EUA impacta diretamente nas expectativas do mercado.
“Precisamos manter um certo diferencial de taxas de juros para permanecer atraindo capitais estrangeiros e evitar fuga. Mas temos a oportunidade de realizar reformas no Brasil para que o diferencial não impacte tanto o fluxo de investimentos”, diz, em relação dinâmica entre risco e retorno.
Os especialistas da XP escreveram, em relatório, que historicamente toda vez que o Federal Reserve iniciou um ciclo de corte a Bolsa brasileira subiu um ano depois, em média, 30% em dólares e 20% em reais.
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Originalmente Publicado: 12 de Julho de 2024 às 13:59
Fonte: www.infomoney.com.br