O governo Lula publicou em 13 de junho uma medida provisória que beneficia o grupo J&F, cujos donos são os irmãos Joesley e Wesley Batista, e que vai onerar os consumidores por 15 anos com aumento no custo da energia elétrica.

Três dias depois, o governo publicou a MP 1.2322024 que prevê que os contratos de fornecimento das térmicas sejam convertidos em contratos de energia de reserva, quel rateado entre todos os consumidores do país.

O especialista em energia e diretor-executivo da Negócios de Energia Associados, Edvaldo Santana, publicou uma postagem em seu LinkedIn em que questiona os motivos pela qual a Eletrobras venderia as usinas, se a solução, via MP, resolveria a inadimplência: “Mesmo que as UTEs não fossem vendidas, alguém seria beneficiado com a MP. Aliás, a Eletrobras se livrou de um ‘primo-irmão’ indesejável, inadimplente e fez dinheiro com UTEs cujo destino, para ser carbono zero, seria o ferro-velho”, disse Santana, que também ex-diretor da Aneel e professor titular da Universidade Federal de Santa Catarina.

“Como o negócio da Âmbar, do grupo J&F, a venda de energia de suas UTEs, não tem porque a Amazonas Energia se empenhar para reduzir o furto”, diz ele, que acrescenta: “Um detalhe, até o furto de energia será subsidiado, pelo menos por um tempo”.

“A proposta possibilita a troca de controle societário conjuntamente com medidas que assegurem a sustentabilidade econômico-financeira do serviço de distribuição de energia elétrica, com o menor impacto tarifário para os consumidores, destaca a medida. Três dias depois, a Eletrobras publicou fato relevante anunciado a venda das usinas para a Âmbar, pelo valor de R$ 4,7 bilhões.“O resultado do processo possibilitou companhia maximizar a valoração de seus ativos com adequada alocação de risco, eliminando imediatamente os impactos da inadimplência relacionados aos contratos de venda de energia”, diz o documento.

Ministério de Minas e Energia afirma que não houve interferência no contrato Sobre o caso de compra das usinas pela Âmbar Energia e a medida provisória, o MME informou que as negociações entre empresas do setor são realizadas dentro de contratos privados e que o ministério não teve qualquer interferência ou mesmo conhecimento das condições do acordo.

Empresa de grupo dos irmãos Batista considera descabida as suspeitas de benefício A Âmbar Energia informou por meio de nota enviada Gazeta do Povo que considera descabidas as suspeitas de benefício e afirma que o negócio fechado com a Eletrobras não envolve a dívida da Amazonas Energia - e ressalta que tratou do tema com o Ministério de Minas e Energia.

Este artigo foi resumido em 72%

Originalmente Publicado: 13 de Julho de 2024 às 14:06

Fonte: www.gazetadopovo.com.br